OFUTURO

O que é isso no rosto, Fernanda, você se machucou?
Zangada, ela não respondeu a Thomas. Deu as costas para os dois e continuou brincando com a maquiagem, olhando para o futuro, feliz. Sobre uma mesa de madeira antiga estava o livro “A Ponte Prateada”, que ela havia terminado de ler pela manhã.
Quando eu crescer serei uma grande modelo, e vocês vão estar na plateia batendo palmas para mim.
Tenho certeza que sim., disse Alex. “E eu vou ser jornalista, morar no estrangeiro e enviar cartas a você.”
Com a maquiagem pronta para o baile de carnaval ela chega até a janela. O dia está quente e a velha casa de madeira está um forno, mas o sol às vezes desaparece porque as nuvens estão em grande movimento nesse dia.
“De onde eu venho o carnaval é frio”, ela diz, e enquanto fala um raio de sol atravessa uma massa densa de nuvens e ilumina seus olhos.
Os dois não entendem, mas também não questionam, estão acostumados com as suas frases estranhas. Colocam as suas máscaras, chegam até ela e são também iluminados pelo mesmo raio de sol que atravessa a nuvem.
Lá fora as ondas de calor flutuam sobre o grande areal branco. Mais distante, o mar, alguns barcos. No passado, o frio de um carnaval em Veneza.
Eles saem e vão para o baile de carnaval infantil.